quarta-feira, 16 de maio de 2012

AS APARÊNCIAS ENGANAM

As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Mas o amor e o ódio se hermanam
Na fogueira das paixões
Os corações viram fogo e depois
Não há nada que os apague
Se as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno, o pão
O vinho, seco a recordação
Dos tempos idos de comunhão
Sonhos vividos do conviver

As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Mas o amor e o ódio
Se hermamam nas geleiras das paixões
Os corações viram gelo e depois
Não há nada que os degele
Se a neve cobrindo a pele
Vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer
Não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada a se fazer
Senão chorar sobre o cobertor

As aparências enganam
Aos que gelam e aos que enflamam
Porque o fogo e o gelo
Se hermanam no outono das paixões
O corações cortam lenha e depois
Se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unia
Ainda vive e transpira ali
nos corpos juntos, na lareira
Na reticente primavera
No insistente perfume
De uma coisa chamada amor. 
 (Tunay)

2 comentários:

  1. Gilce, curtindo seu blog neste domingo frio. Gostei dos textos e de todo o blog. Um grande abraço!

    ResponderExcluir